quarta-feira, 23 de abril de 2014

poesias

Ovo do coelho

Coelho não bota ovo,
quem bota ovo é galinha.
Mas eu conheço um coelho
que é mesmo uma maravilha.

Os ovos que ele bota,
você nem imagina.
São ovos de chocolate
ou ovos de baunilha.

Por isso, nosso coelho
foi expulso da família.
O pai dele disse: - Meu filho,
isso é coisa de galinha.

O coelho respondeu rapidamente:
- Meu pau eu não tenho culpa,
botar ovo é meu destino.
Se não posso botar ovos em casa,
prefiro botar sozinho.

E foi assim que o coelho
saiu de casa para a rua,
botando ovo na Páscoa,
no sonho de todo mundo.

Paulo Leminski



 

Meus brinquedos


De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!

Clarice Pacheco
 
 
 
 
 

Guarda-Chuvas




Tenho quatro guarda-chuvas
todos os quatro com defeito;
Um emperra quando abre,
]outro não fecha direito.

Um deles vira ao contrário
seu eu abro sem ter cuidado.
Outro, então, solta as varetas
e fica todo amassado.

O quarto é bem pequenino,
pra carregar por aí;
Porém, toda vez que chove,
eu descubro que esqueci...

Por isso, não falha nunca:
se começa a trovejar,
nenhum dos quatro me vale -
eu sei que vou me molhar.

Quem me dera um guarda-chuva
pequeno como uma luva
Que abrisse sem emperrar
ao ver a chuva chegar!

Tenho quatro guarda-chuvas
que não me servem de nada;
Quando chove de repente,
acabo toda encharcada.

E que fria cai a água
sobre a pele ressecada!
Ai...

Rosana Rios





Versinhos difíceis de mastigar


Tenho um robot cozinheiro,
que cozinha com amor.
Queria ir à fruteira
Mas entrou no ferrador.

E depois, muito confuso,
cozinhou uns chinelos
e um prato de parafusos
no lugar de três marmelos.

Um bolo feito de roscas
decorado com ameixas.
E uma tarte de pregos
com gosto a laranjas frescas.
Mais rodelas de manteiga.

"Que faço com este robot?",
pergunto-me todo dia,
que entrou no ferrador
em vez de entrar na frutaria."

Autor desconhecido






Canção para ninar dromedário





Drome, drome
Dromedário

As areias
Do deserto
Sentem sono,
Estou certo.

Drome, drome
Dormedário

Fecha os olhos
O beduíno,
Fecha os olhos,
Está dormindo.

Drome, drome
Dromedário

O frio da noite
Foi-se embora,
Fecha os olhos
Dorme agora.

Drome, drome
Dromedário

Dorme, dorme,
A palmeira,
Dorme, dorme,
A noite inteira.

Drome, drome
Dromedário

Foi-se embora
O cansaço
E você dorme
No meu braço.

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário

Drome, drome
Dromedário.

Sérgio Capparelli
 
 
 

 

O buraco do tatu


-

Sérgio Caparelli

-
O tatu cava um buraco
a procura de uma lebre,
quando sai pra se coçar,
já está em Porto Alegre.
-
O tatu cava um buraco,
e fura a terra  com gana
quando sai pra respirar
já está em Copacabana.
-
O tatu cava um buraco
e retira a terra aos montes,
quando sai pra beber água
já está em Belo Horizonte.
-
O tatu cava um buraco
dia e noite, noite e dia,
quando sai pra descansar,
já está lá na Bahia.
-
O tatu cava um buraco,
tira a terra, muita terra,
quando sai por falta de ar,
já está na Inglaterra.
-
O tatu cava um buraco
e some dentro do chão,
quando sai pra respirar,
já está lá no Japão.
-
O tatu cava um buraco
com as garras muito fortes,
quando quer se refrescar
já está no Polo Norte.
-
O tatu cava um buraco
um buraco muito fundo,
quando sai pra descansar
já está no fim do mundo.
-
O tatu cava um buraco,
perde o fôlego, geme, sua,
quando quer voltar atrás,
leva um susto, está na lua.
-
 


 

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